sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Sem medo, sem culpa.



No esconderijo da minh´alma,
Guardo surpresas para o teu coração.
E quando ouço a tua voz,
Sei que entendes o meu amor.
E gosto quando me chamas “teu”,
Quando me beijas com gula,
E quando dormimos com cumplicidade.
No recanto da minh´alma,
Guardo meu desejo por ti,
Que faz meus braços se abrirem,
Para te prender no meu deleite,
E gosto quando estás presente,
O tempo todo, sem medo,
E gosto de amar-te de tal modo,
Que nunca sintas vontade de respirar sem meu amor,
No secreto do meu corpo,
Unimo-nos, bem afinados,
E gosto quando sem culpa.
Dormimos extasiados.



Jorge Amaral

Contradições


Num instante me vejo perdido,
Noutro me encontro em teus braços,
Ora me sinto leve,
Ora me encho de ansiedade.
Há tempo de plenitude do meu ser,
Mas há tempo que excluo essa possibilidade.
Existem em mim, desejos inquestionáveis,
Comungando a fusão da graça e o encanto,
Se te vejo com visão ponderada,
Estás sob a ótica da beleza humana,
Mas se te quero com suas curvas sensuais.
Vem um egoísmo que esmaga minh' alma.
Assim interpreto teu sorriso,
Como um ato de sussurro ou voz inaudível,
Pois não pode haver medo,
Que a tua beldade não pare.
Afasto pois, de mim, todo olhar,
Para num momento, perder a razão,
Me encontrando apenas no teu olhar.
Em cada sonho, em cada estação,
Para então justificar cada gesto,
Como mulher que és. Pura poesia.

Jorge Amaral

sábado, 8 de julho de 2017

Particularidades



A chuva que cai lá fora,
Molha minh’ alma em silêncio
E o que antes era medo,
Tornara-se pura poesia.
E dado ao conflito do tempo,
Passado, presente e futuro.
O que temos além da imaginação?
Ou mesmo daquilo que teve início,
Mas que nunca tivera um fim.
E como nos julgar indignos,
De um amor tão merecido?
Ou nos deleitar ao certo,
Numa estranha corrente de sonhos,
Indetectáveis aos olhos teus.
Ou viveremos sem visão, sem horizontes,
Apenas abrindo caminho,
Para uma viagem no tempo,
Onde conhecemos o amor e sua doçura,
Na sua forma harmoniosa.
E breve como um soluço.
Até me acender a alma.


Jorge Amaral