quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Indescritível

Alma pura que sem mim, partiste.
Hoje repousas em teu leito docemente.
Vivo eu, aqui na terra triste,
E tu vives no céu,  certamente.

Tu te foste a luz da lua.
Quando pássaros dormem e lobos gemem,
Fiquei sozinho numa deserta rua,
Como uma canoa, sem ter quem remem.

Foste para sempre, foste de verdade.
Mas teu riso, ficou para sempre.
Tive teu frescor, tua majestade.
Que foi o teu maior presente.

E vivi dias, como num sombrio tempo
Porque te foste, me deixando ao léu.
Mas me alegro, recebi o alento,
Porque sei, que me esperas no céu.


Jorge Amaral (1992)




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