quinta-feira, 11 de agosto de 2016

16:00

Tarde cinza no egrégio tribunal,
Eu vejo nuvens negras e indecisões,
Vejo livros, togas e trajes sensuais,
Mas não vejo flores, cores, enfim.
Apenas bandeiras, retratos e suor,
Ouço vozes, murmúrio, rancor,
E penso na mulher amada,
Na angústia da mulher amada.
Que espera ansiosa por uma decisão,
Que aguarda uma palavra de amor.
Ouço passos em minha direção,
Vai-se o temor,
Vejo a luz no fim do túnel,
Ou a revelação da pronúncia.
Fui condenado a te querer...
Perpetuamente.


Jorge Amaral

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