segunda-feira, 8 de agosto de 2016

MEIGA



Oh, senhora, que repele desejos,
Que aos meus sonhos, chega sutil,
Que leva embora meus beijos,
E negocia minha vontade febril.
Como quem sorve vinho, na calma,
E alimenta a minh’ alma,
Como a uma criança inquieta.
Que promete o mel das flores,
Como a vida, que se vê ao longe,
Quando alguém fecha a porta,
Porque a direção, não importa.
Oh, senhora, que desnuda segredos,
Que por onde passa, encanta,
E desperta algo ardente no peito,
Com palavras que ao coração inflama,
Venha! Não permita ter fim essa vida,
Sem que sonhos se tornem reais,
Sem que haja findado essa lida,
E a existência se torne banal.
                       

                                  Jorge Amaral

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