quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Sou criança




Não tenho mais medo do escuro,
Ou do bicho-papão atrás do muro.
Não acredito em Papai Noel,
Ou que fazer artes, me fará perder o céu.
Não desenho mais relógio no braço,
Nem ando mais de costas, contando os passos.
Não grito mais, minha mãe do banheiro,
Nem mais coloco meu dente, debaixo do travesseiro.
Eu não tiro mais o recheio do biscoito,
Nem digo mais que sou adolescente, apenas com oito.
Não quero mais a atenção dos meus pais só pra mim,
Mas quando você me chama,
Me sinto como criança,
Meu sonho volta a sorrir,
Minha alma dança e balança.
E o amor...
Ah, o amor,
Está onde a visão alcança.


Jorge Amaral



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